A vida humana é uma centelha que brota, uma chama que vacila entre dois oceanos desconhecidos: o oceano que a antecede e aquele que a sucede. No entanto, é uma grande dádiva. Damos-lhe um valor inestimável. Nada nem ninguém vale mais que uma vida. “Uma vida não vale nada, mas nada vale uma vida”, dizia Malraux em Os Conquistadores (“Une vie ne vaut rien, mais rien ne vaut une vie”). Esta obra reflete a preocupação com os problemas relacionados à vida humana, uma vez que a bioética cuida da dignidade e significado da vida. Não é uma obra de moral religiosa ou confessional, muito menos pretende ser uma obra teológica. Procura antes apresentar uma informação geral e global num contexto pluralista, para fins de promover e defender a vida. Do início até o fim, procuramos nos colocar no horizonte da reflexão filosófica, uma vez que, queiramos ou não, nossas sociedades modernas são cada dia mais pluralistas e seculares. E numa sociedade pluralista e secular é imperativo adotar uma linguagem da razão, a linguagem da filosofia, para refletir sobre a vida moral.